Por que as indústrias de laticínios do hemisfério norte priorizam a produção de queijo e as do hemisfério sul, a de leite em pó integral?

Por que as empresas de laticínios favorecem o queijo no Norte e o WMP no Sul

Há algumas razões que levam as indústrias de laticínios do hemisfério norte a priorizarem a produção de queijo, e as do hemisfério sul, a de leite em pó integral (LPI). Para entender melhor essas razões, devemos analisar o desenvolvimento e os acontecimentos dos últimos 20 anos, em termos de investimentos e construções de fábricas nos principais países produtores. Em geral, quando nos referimos ao hemisfério norte, ou seja, à Europa, aos Estados Unidos ou ao Canadá, observamos que, geralmente, a maioria dos países opta pela construção de fábricas de queijo. Já no hemisfério sul, principalmente na Nova Zelândia, Austrália e nos países da América do Sul, a prioridade é dada à montagem de secadores de pó. Os investimentos em fábricas como essas, que operam por 30 anos ou mais, estão em torno de 100 milhões de dólares.

Quais fatores influenciam a escolha entre queijo e leite em pó integral (LPI) na indústria de laticínios?

Esta é uma pergunta muito interessante. Principalmente, se considerarmos o fato de que o queijo tem um maior fluxo de retorno a longo prazo, comparado ao leite em pó integral.

A resposta está, provavelmente, ligada à natureza das relações comerciais no hemisfério sul, e não nos preços das mercadorias. Produtos de origem neozelandesa, australiana e de países sul americanos, deparam-se com altas barreiras tarifárias ao entrar nos Estados Unidos e na Europa, ou seja, em mercados com enorme consumo de queijo e gordura láctea. A consequência disso é a demanda insuficiente e baixos investimentos no aumento da capacidade de produção de queijo.

Em contrapartida, alguns mercados líquidos também podem ser considerados grandes potências na negociação e vendas de produtos em pó. Grandes mercados consumidores de produtos em pó, como a China, o Oriente Médio, a África, o sudeste asiático e a América do Sul (licitações públicas), não produzem leite suficiente para atender uma crescente população. Se as tarifas e cotações fossem mais favoráveis, a demanda seria muito mais lucrativa do que a observada nos Estados Unidos e na Europa.


Figura 1: Os custos de capital são baseados em informações publicamente disponíveis anunciadas pelas empresas relevantes

Além disso, invesitr em fábricas de produtos em pó, é a forma mais eficaz do uso de capital por litro de leite processado (veja figura 1). O problema, é quando ocorre aumento da reserva de leite. Para que todo o leite seja coletado e processado de acordo com as normas cooperativas, é necessário optar pelo modo financeiro mais eficaz. Isso torna-se ainda mais claro, quando analisamos os sistemas de pastejo como os da Nova Zelândia, onde se observa uma diferença de até 20 vezes no volume de reserva de leite, entre baixa e alta temporada.

Ademais, o leite em pó é um produto de retorno rápido, já que não precisa passar pelo processo de maturação. O leite em pó também pode ser armazenado por um período mais longo do que o queijo, sem que ele perca a sua funcionalidade. O sistema de precificação de leite na Nova Zelândia, estabelece o preço do leite com base no preço do leite em pó, ou seja, produzir produto em pó não representa qualquer risco de aumento no preço do leite. Justamente o contrário, é o que acontece com a produção de queijo.

É certo dizer que, a Nova Zelândia e a Austrália, possuem quantidade suficiente de instalações adequadas para a produção de queijo e condições de produzir mais 300 mil Mt. do que produz atualmente. Sendo assim, vai demorar muito ainda até encontrarmos novas fábricas de chedar em outro país.

O que podemos esperar do futuro do mercado de leite em pó e queijo? Pode até parecer uma afirmação absurda mas, devido a inexistência de leis protecionistas comerciais na Europa e nos Estados Unidos, e a constante mudança do padrão de consumo na China (que tende a priorizar cada vez mais o queijo ao invés do leite em pó), os secadores de leite em pó seguirão sendo o melhor investimento no futuro, na maior parte do mundo.

Quando observo que toda esta capacidade não está sendo devidamente utilizada, lembro-me de um artigo escrito pelo meu colega Robbie Turner, no qual ele analisa o retorno relativo do fluxo. Ser capaz de analisar rapidamente os diversos cenários de vendas através da análise de retorno de fluxo do mecanismo de otimização, é um luxo para poucos mas uma necessidade para todos.

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